Perfil do Egresso
De um modo geral, o Bacharel em Geografia ou Geógrafo tem como objeto de estudo o espaço geográfico e como campo de trabalho todo espaço socialmente produzido, considerando-o como palco das realizações humanas, condição e meio para os processos socioeconômicos, político-culturais e físico ambientais.
De acordo com essa proposição, temos então que o estudo do espaço geográfico é dirigido à identificação, análise e compreensão das lógicas, dos processos e dos padrões gerais que atuam na produção e organização do espaço, isto é, o trabalho do geógrafo em contextos regionais e nacionais brasileiros corresponde à:
(a) descrição das formas da paisagem natural e da paisagem humanizada – prática herdada da “Geografia Clássica”. Esta prática está em muito relacionada ao estudo da organização do espaço (CARLOS, 2011);
(b) elaboração de um conhecimento mais geral e profundo, de um sistema de ideias, de um quadro explicativo acerca das relações socioeconômicas, político-culturais e dos processos físico ambientais que produzem o espaço geográfico.
Nesses termos, além da descrição de formas do relevo, tipos de clima, paisagem urbana e rural etc, o Bacharel em Geografia deve atuar de modo a se preocupar também com a generalidade do conhecimento, sem necessariamente ser generalista. Entretanto, de acordo com a crítica contemporânea no campo da teoria geográfica (HAESBAERT, 2004; HARVEY, 2015; MASSEY, 2008; SANTOS, 1999), há uma preocupação cada vez maior e mais profunda acerca do plano da diferença e não apenas com o estudo de padrões de organização do espaço geográfico, de modo que o trabalho do Bacharel em Geografia corresponde também à:
(c) construção Inter relacional de conhecimentos relativos aos processos socioeconômicos e político-culturais de produção da Diversidade Territorial (HAESBAERT, 1999) e aos processos físico-ambientais geradores da Diversificação da Natureza (SANTOS, 1999). Em sua atividade, atua no reconhecimento, levantamento, planejamento e realização de pesquisa básica e aplicada nas áreas da Geografia Física, Geografia Humana, Geografia Regional e Cartografia. Nestas áreas, consideram-se contextos diversos, tais como o contexto urbano e rural e de florestas, assentamentos rurais, terras indígenas, territórios de comunidades remanescentes de quilombos, espaços de comunidades tradicionais, entre outros; atuando na definição e caracterizações das unidades de estudos geográficos e de planejamento, de intervenção e de elaboração de políticas territoriais em escala nacional, regional e local.
Do ponto de vista da atuação profissional, o geógrafo pode atuar como pesquisador em IES, empresas e laboratórios de pesquisa científica e tecnológica; em organizações não-governamentais (ONGs), institutos de planejamento, órgãos e entidades de fiscalização e proteção ambiental; em agências reguladoras; em assessorias a movimentos sociais; em sindicatos, associações científicas e órgãos de fomento. Também pode atuar de forma autônoma, como um profissional que detém empresa própria ou mesmo prestando consultoria. Assim, considerando essas observações, o perfil desejado do egresso do curso de graduação em Bacharelado em Geografia estabelece que este profissional seja capaz de:
(a) compreender os elementos e processos concernentes ao meio natural e ao construído, com base nos fundamentos filosóficos, teóricos e metodológicos da Geografia;
(b) dominar e aprimorar as abordagens científicas pertinentes ao processo de produção e aplicação do conhecimento geográfico;
(c) elaborar, planejar e realizar pesquisa básica, nos diferentes campos da Geografia e pesquisa aplicada, direcionada a sua atuação em instituições de ensino superior, institutos de pesquisa e em diferentes esferas do planejamento e da gestão – urbana, ambiental, regional e territorial;
(d) Organizar, planejar e executar atividades de consultoria e/ou extensão compondo equipes interdisciplinares em órgãos públicos e privados – tais como secretarias, direções e demais órgãos da administração pública; em diferentes setores da sociedade – conselhos municipais e estaduais, empresas e em diferentes entidades representativas – sindicatos de trabalhadores rurais, associações de bairros, movimentos organizados de povos indígenas; comunidades remanescentes de quilombos e/ou afrodescendentes; comunidades tradicionais; movimentos sociais ligados à questão agrária; movimento de mulheres entre outros.
Redes Sociais